As últimas semanas têm sido marcadas por comentários sobre a alimentação infantil na blogosfera materna no Brasil. O documentário Muito Além do Peso tem promovido uma saudável discussão e tem servido de alerta a muitas famílias que achavam que a alimentação em casa estava em dia e que liberar doces e guloseimas para as crianças era parte da infância. Pois bem, estou vibrando com esse burburinho, porque já era hora das pessoas saberem um pouco mais sobre açúcar invertido (xarope de milho), conservantes, corantes, aromatizantes, gorduras e produtos industrializados que estão na despensa da maioria dos lares! Eu sou meio entusiasta desse assunto já faz alguns anos, mas evito ficar falando sobre isso o tempo todo porque não quero ficar parecendo uma chata (pelo menos não logo de cara…).
Aqui em casa as mudanças na nossa alimentação começaram ainda no Brasil, muito antes da Isabella nascer. Me interessei pelo assunto porque queria uma alimentação mais saudável e porque realmente acredito que somos o que comemos. Comecei lendo um livro e depois outro e depois outro… E não parei mais. Ainda não acho que estejamos no ideal, mas hoje vejo o quanto comemos com muito mais qualidade e como isso tem feito a diferença no nosso estilo de vida e na nossa saúde.
Pois bem, toda essa enorme introdução para compartilhar aqui algumas dicas simples de mudanças que funcionaram por aqui e que todo mundo pode tentar em casa, aos poucos e em família.
Orientações gerais:
- Comer bem não tem nada a ver com produtos diet ou light. Uma boa alimentação envolve aquilo que é comida de verdade, saborosa e passando por todos os grupos alimentares (incluindo até sobremesa, claro!).
- Para saber o que deve ser maioria no seu carrinho de supermercado, procure aquilo que realmente for comida, que tenha poucos ingredientes, que você saiba o que significam. Por exemplo: frutas, carne, leite e frutas são comida. Um pacote de bebida láctea a base de ingredientes e corantes naturais (o que quer que isso signifique) é só um monte de produtos químicos. O melhor é escolher algum iogurte natural e adoçar com mel ou frutas em casa mesmo.
- Aprenda a ler os rótulos dos produtos que você compra. No começo é chato, leva tempo, mas aprenda a identificar que açúcar invertido (corn syrup / xarope de milho), óleo de palma, excesso de sódio, glutamato monossódico, conservantes, corantes e aromatizantes em geral estão em sua maioria ligados a problemas de saúde a curto e longo prazo.
- Prazos de validade longos em alimentos processados são um sinal de alerta… Comida estraga! Se há algo que tem um prazo de validade muito longo, adivinhe o que tem lá dentro? Um monte de conservantes para fazer aquilo durar mais tempo.
- Aprenda a tirar proveito do seu congelador ou freezer. Eu sei que cozinhar dá trabalho e a maioria das pessoas não cozinha em casa todos os dias, mas o resultado final é sempre muito melhor do que qualquer comida pronta. Então, quando for para a cozinha, já faça logo algo em quantidade, justamente para congelar o que sobrar e ter outra refeição pronta a mão quando estiver sem tempo.
- Dê uma olhada na lista dos ingredientes para saber o que está comprando. O primeiro ingrediente listado nos rótulos é aquele que está presente em maior quantidade no produto. Então, se estiver na dúvida e ler que a primeira coisa que aparece é algum açúcar, abra o olho.
- Descubra as feiras do seu bairro. O Brasil é privilegiado e é possível encontrar frutas e legumes frescos em todas as estações. Nas feiras dá para comprar produtos locais por um bom preço em um ambiente envolvente!
Algumas substituições simples de serem feitas:
- Troque o salgadinho industrializado por pipoca. Não aquela de microondas, mas pelo milho que você estoura na panela ou na pipoqueira. Vale até temperar com algo diferente, como parmesão ou manteiga.
- Troque o iogurte processado por iogurte natural. Mas leia o rótulo, porque algumas marcas acrescentam espessantes e gelatina a algo que deveria ser só leite e culturas bacterianas… Deixe para incrementar seu iogurte em casa, o sabor é muito melhor e você já se livra de um monte de besteiras.
- Outras boas opções de lanches são castanhas, frutas, passas e queijos.
- Troque o refrigerante e os sucos de caixinha por água, chás ou sucos feitos em casa.
- Arrisque fazer em casa algumas opções tradicionalmente artificiais como nuggets de frango (muito simples de ser feito com peito de frango e farinha de rosca), sorvete, picolés, geleias e pães (aqui usamos bastante a máquina de fazer pão). Você pode se surpreender como o processo é mais simples do que você imagina e o resultado é muito mais saboroso.
- Troque a margarina por manteiga. Margarina não serve para absolutamente nada… É é um daqueles produtos que entra na categoria dos que não estragam. Pense bem, se você deixar um pote de margarina aberto por meses na sua casa, nada vai acontecer… Nem mesmo uma mosca vai querer chegar perto. E você vai comer isso para quê?
- Troque os chocolates recheados e confeitados por chocolate ao leite puro ou chocolate amargo. Eu sou uma chocólatra assumida, mas já percebi que normalmente o chocolate puro é muito mais gostoso.
- Troque o cereal matinal cheio de açúcar das crianças pelas versões naturais e deixe para adoçar em casa, se for o caso.
- Para quem tem crianças que não comem verduras e legumes: aprenda a enriquecer os pratos, para as crianças irem provando aos poucos. Um pouco de abobrinha ralada e espinafre no omelete, brócolis ou cenoura ralada no arroz, beterraba ou abóbora no feijão e aos poucos vamos mudando o paladar!
Bem, o assunto é muito extenso e eu não quero que o texto fique mais longo do que já está. Mas que tal vocês compartilharem algumas dicas de alimentação aí nos comentários?
Esse texto foi recentemente publicado pela Patrícia, no blog Patitanto. A Patricia mora no Canadá, tem uma filha linda e está esperando seu segundo bebê. É com uma mistura de alegria e drama que vem descobrindo a realidade da vida de mãe, esposa e imigrante em um país que ama e cada dia sente como um pouco mais seu.
Gostei Patricia! Muitas coisas eu já fazai aqui em casa, outras a gente vai esquecendo. Bjs
ResponderExcluirPatricia, moro na Australia e só aprendí a cozinhar depois que minha filha nasceu em 2008. Faço a maioria das coisas aqui em casa from scratch! Esta semana fiz sushi pra ela levar na escola, me achei o máximo! Meus bolos e muffins são sempre com wholemeal flour e metade ou menos do açúcar da receita, e minha filha ainda "reclama" que fica doce! Eu e meu marido koala nos orgulhamos muito de dar exemplos saudáveis pra nossa filha, ela é capaz de trocar um biscoito por cenoura e mushroom no afternoon tea da escola! Seria ótimo que muitas outras famílias pudessem dar esta educação à seus filhos.
ResponderExcluirAbraços,
Mara
Patricia, moro na Australia e só aprendí a cozinhar depois que minha filha nasceu em 2008. Faço a maioria das coisas aqui em casa from scratch! Esta semana fiz sushi pra ela levar na escola, me achei o máximo! Meus bolos e muffins são sempre com wholemeal flour e metade ou menos do açúcar da receita, e minha filha ainda "reclama" que fica doce! Eu e meu marido koala nos orgulhamos muito de dar exemplos saudáveis pra nossa filha, ela é capaz de trocar um biscoito por cenoura e mushroom no afternoon tea da escola! Seria ótimo que muitas outras famílias pudessem dar esta educação à seus filhos.
ResponderExcluirAbraços,
Mara
Gostei demais do seu Post. Moro na Suiça, tenho dois filhos (3,5 e quase 6 anos). A alimentação deles é muito importante pra mim.Não comemos frituras, faço bastante legumes, dou muita fruta e beeeeem pouco doce. Qdo eles não gostam de algo misturo no arroz ou no macarrão.Qdo algum alimento não é bem aceito por eles faço para nós e, na maioria das vezes,eles acabam experimentando e gostando. Um abraço!
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